terça-feira, 31 de março de 2009

VALMIR JORDÃO LANÇA LIVRO NA CULTURA


Hai Kaindo na Real & Outros Poemas traz o melhor da produção mais recente e mais antiga do poeta independente

O poeta sem papas nos versos Valmir Jordão está de volta, sem nunca ter se ausentado. Depois de quase dez anos sem publicar novos poemas (em livros ‘solo’), o performer lança sua nova composição, no próximo dia 8 de abril, quarta-feira, a partir das 19h, na Livraria Cultura do Paço Alfândega.

Na ocasião vai haver também, além do tradicional recital, a exibição dos documentários Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire (UNICAP/2004), de Pedro Saldanha e Diego Mello; e Onde estará a norma? (UNICAP/2007), de Bárbara Cristina, Jacqueline Granja e Patrícia Gomes.

Valmir está de volta sem nunca ter se ausentado porque, apesar da década desde Poe Mas, nesse período participou ativamente nos palcos e nos bastidores da poesia urbana de Pernambuco. Editou, entre 2002 e 2006, com Cida Pedrosa, Lara e Miró, a coletânea Marginal Recife, que guardou a poesia de 50 poetas alternativos da capital e seus arredores (incluindo a dele).

Poeta performático dos melhores em atividade hoje, fez parte de recitais legendários, ao lado de expoentes da corpoeticidade como Miró, Lara, França, Malungo, Cida Pedrosa e tantos outros. Entre as récitas mais marcantes, a do Parque da Jaqueira, em 2002, com a Orquestra Sinfônica de Recife; as do Chá das Cinco, em 2007 e do Outras Paradas, em 2008, no Festival de Inverno de Garanhuns e em outros eventos do Estado, financiados pela Fundarpe; e as do Eu, Poeta Errante, do Poeta França, em diversos momentos entre 2000 e 2007.

Valmir está de volta e de cima. Hai Kaindo na Real & Outros Poemas, como o título deixa transparecer, são duas obras em uma. Primeiro, a produção mais recente, haikais desconcertantemente líricos e/ou corrosivos. Desde o sem título: “O rio corre / As árvores curvam-se / O outono passa.” até Da Segurança: “Contribuinte otário! / Anda bem mais confiante / o ladrão do erário”. E na segunda parte, uma seleção dos poemas mais antigos, recolhidos em suas três décadas de poesia, completadas nesse ano, como a mais famosa de suas pérolas, o poema Justiça Total: “Coca para os ricos. / Cola para os pobres. / Coca-Cola é isso aí!”.

Apresentações à parte, o lançamento do livro é uma excelente oportunidade para se conhecer, rever e guardar parte da história da nossa literatura urbana e das ruas, vendida em bares e declamada em público, tradição começada, nessas bandas, pelo Movimento dos Escritores Independentes, na década de 80, e mantida pelos polemicamente chamados de Marginais, dos 90 em diante. Movimentos em que Valmir deixou sua marca.

O livro, de 86 páginas e contando 48 poemas, tem prefácios de Antonio de Campos e do saudoso Poeta França, além de ilustrações de Jorge Lopes, Camilo Maia, Diogo Todé, Henrique Koblitz, Flavão e Joana Velozo; e edição de Du Nascimento. A obra, que foi produzida com o apoio do SINTTEL – Sindicato dos Trabalhadores em Telefonia de Pernambuco, está sendo lançada ‘oficialmente’ em Recife neste evento, mas já foi muito celebrada na Feira Internacional do Livro de Porto Alegre, e na Balada Literária de São Paulo, em novembro do ano passado.

SERVIÇO:

Lançamento do livro Hai Kaindo na Real & Outros Poemas, de Valmir Jordão
na Livraria Cultura – Rua Madre de Deus, s/n – Paço Alfândega – Recife
no dia 08/04/2009, às 19h

Contatos
8618 4337 – Valmir Jordão
2102 4033 – Livraria Cultura

Texto de André Telles do Rosário

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